Meus caminhos na universidade

Hoje à tarde em meio ao clima de tensão que tomou conta da maior avenida do centro do Recife, encontrei um amigo que comentou sobre o blog (o que me deixou deveras feliz). Em meio às risadas e troca de informações, prometi a ele que iria escrever sobre o meu percurso na universidade. Pensei nesse espaço para socializar um pouco das minhas experiências, bem como incentivar meus amigos e amigas (virtuais também) a prosseguirem seus estudos, suas pesquisas. O caminho árduo, é bem verdade, mas vale a pena.

Bem, entrei na Universidade Federal de Pernambuco em 2000. Fiz o curso de História. Não havia a separação entre licenciatura e bacharelado. A sua inclinação na graduação era o que determinaria as disciplinas que você cursaria, seja para ser professor(a), seja para pesquisador(a). Pois bem. A UFPE tem uma característica interessante, sobretudo o meu curso. Mesmo você querendo ser professor(a), tudo na universidade respirará pesquisa. Não me recordo, por exemplo, de um(a) professor(a) dizer: quando vocês estiverem dando aula, pensem nisso ou naquilo, usem esta ou aquela estratégia. Estou me referindo às disciplinas cursadas no Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Nós só passávamos a pensar que um dia iríamos para a sala de aula, quando éramos “obrigados” a cursar as disciplinas no centro de Educação. Só que comigo, diferentemente dos meus amigos e amigas, ocorreu o seguinte: eu aprendi a gostar do  CE. Identificava-me com aquelas discussões. Pensava sim, sempre pensei, nos momentos em que estaria na sala de aula. Nesse percurso, continuei a graduação em História. E por questões pessoais os meus sonhos dentro do Departamento de História foram se modificando. Sai de um grupo de pesquisa em História Oral, algo que me dava muito prazer e fui correr atrás da sobrevivência. Pagava as disciplinas à noite, depois de ter passado noites sem dormir com a minha bebezinha que trocava o dia pela noite (rs...hoje). E como a grande maioria dos trabalhadores(as) universitários(as) os sonhos com pesquisa, mestrado, doutorado foram deixados de lado. Formei-me em 2005.1, colei grau em 2006.2. Passei a visitar a universidade esporadicamente. Fui dar aulas, fui trabalhar. A UFPE já era aquele local amado, porém inalcançável. Passei, então, a realizar os meus sonhos acadêmicos através das conquistas de amigos e amigas. Entretanto, depois de tantas idas e vindas, depois de tantos receios e medos, resolvi entrar numa Pós lato sensu em Educação Tecnológica (2010). O mundo começou a se abrir, pois entendi que podia juntar áreas que tanto me identificava: História, Educação e Tecnologia. Ao mesmo tempo, iniciei a graduação em Licenciatura em Computação. Este curso proporcionado pelo Programa do Governo Federal chamado PAR. Na UFRPE, 2010, comecei a aprender a caminhar nesse mundo das novas tecnologias da comunicação e informação. E aí o EDUMATEC, nunca tinha ouvido falar, abriu vagas para aluno especial do Mestrado. Inscrevi-me na disciplina Introdução à EAD com  Profª Ana Beatriz e Profª  Patrícia Smith. O mundo que estava iniciando a se abrir para mim, escancarou as portas de vez. Discussões como conceitos de EAD, ferramentas, compartimentalização da EAD, ecologia cognitiva, avaliação na educação online, m-learning, passaram a fazer parte das minhas reflexões. E então em setembro do corrente ano, tomei coragem e pela primeira vez passei por uma seleção de mestrado. Pensei em um tema para meu pré-projeto, li bastante, organizei-o e me inscrevi na seleção. Comprei os livros da bibliografia. Li todos e fiz uma resenha deles. Passei na prova, passei na análise do projeto. Entretanto, não obtive sucesso na defesa do projeto. Por quê? Porque apesar de ter escrito meu projeto, de ter lido os cinco livros e duas teses, especificamente; os conceitos sobre a utilização das NTIC´s pelo(a)  professor(a) em suas aulas ainda estava em processo de maturação em mim. Além disso, o arcabouço teórico que me baseei foram Os Estudos Culturais. Ou seja, um referencial teórico que me seduziu ao ler sobre ele na tese da Profª Ana Beatriz, mas difícil de ser relacionado com a tecnologia. Nesse momento de defesa, essas fragilidades apareceram e com total clareza reconheço que não me sai bem. Entretanto, não desisti. Entrei em um grupo de pesquisa no EDUMATEC, estou trocando informações com colegas e amigos, tenho prestado atenção aos eventos que discutem as NTIC´s e a EAD e continuo estudando para estruturar bem a minha pesquisa e dominar o escopo teórico que escolhi para fundamentar a minha pesquisa. 
Hoje, sou aluna regular do Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica, trabalho na Gerência de Políticas Educacionais do Ensino Médio, compondo a equipe de tecnologia na educação e pesquiso o Projeto Aluno Conectado do Governo do Estado de Pernambuco. Sim, e sou orientanda da querida professora, Ana Beatriz.