21 dezembro 2010

Desigualdades na educação são "calcanhar de Aquiles" do Brasil

O jornal francês Le Monde que foi às ruas no dia 7 deste mês publicou que apesar do crescimento na área econômica e social, na educação o Brasil estagnou. Mesmo reconhecendo que as políticas educacionais do governo Lula foram um “esboço de círculo virtuoso”.
Acredito que todos e todas que trabalham com a educação neste país, concordam com a matéria do jornal, pois temos a clareza que avançamos muito. Hoje temos universidades públicas em várias cidades antes inimagináveis. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) conseguiu levar as universidades federais para as cidades do interior dos estados brasileiros, facilitando assim o acesso de boa parte da população que antes tinha que migrar para as regiões metropolitanas. As ações do programa contemplam também o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos noturnos, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que têm o propósito de diminuir as desigualdades sociais no país.
 Na educação básica, aumentaram os financiamentos, vários programas federais foram implantados e as verbas aportando diretamente nas escolas. Entretanto, ainda enfrentamos problemas como a baixa remuneração dos profissionais da educação básica e a má qualificação de muitos professores.
O jornal cita, a partir dos resultados dos relatórios da Unesco e do IDEB  o fato de um em cada três professores de química e  um em cada quatro de física não serem formados nas disciplinas as quais lecionam. Outros índices também são alarmantes, cita o jornal, como a alta taxa de repetência escolar – em especial, no Nordeste.
Para o jornal a estrutura federal do Brasil (com três níveis), aumenta  os fenômenos como:  corrupção, fraudes, superfaturamentos, propinas, serviços não executados. “Muitos prefeitos preferem construir uma ponte ou uma estrada que dotar as escolas de conforto mínimo”, afirma. E quando fazem reformas nas unidades de ensino, o dinheiro ali investido daria para construir outra escola.
Para tentar diminuir a desigualdade, diz o “Monde”, houve um crescimento de instituições particulares de ensino superior.  Elas recebem “75% dos estudantes, muitos deles obrigados a trabalhar”. “Das creches – que não recebem 20% das crianças que têm direito – às universidades, o sistema mantém profundas desigualdades e preserva os privilégios das elites tradicionais tão denunciadas pelo presidente Lula”, afirma.

Ações
Segundo o jornal, medidas foram tomadas:
  • o investimento em educação aumentou (apesar de, per capita, ficar “longe” dos totais de Chile e Argentina);
  • foram construídos mais de 200 institutos federais;
  • 14 novas universidades; 
  • concederam-se 700 mil bolsas para jovens estudarem no ensino superior privado.
Por fim, o jornal afirma que o Brasil sabe “de seu calcanhar de Aquiles”, para continuarmos competitivos temos que formar  mão-de-obra qualificada; de outro, a classe média  reivindica seu direito ao conhecimento, “chave para um futuro melhor”. Essas duas necessidades, diz o Le Monde devem encorajar a presidenta Dilma Rousseff, a “prolongar o círculo virtuoso esboçado por seu antecessor”.

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