22 novembro 2010

Educação sem homofobia

Ao assistir às reportagens feitas a partir das agressões contra gays ocorridas em São Paulo e no Rio de Janeiro, fiquei pensativa. Hoje li um excelente texto postado no blog de Lola Aronovich em que ela reflete atitudes homofóbicas. Sempre adotei enquanto pessoa e professora uma atitude anti-homofóbica, pois parto do pressuposto que gênero é uma construção social e não são os órgão genitais que determinam quem será menina ou menino. Portanto, nunca aceitei qualquer tipo de preconceito na sala de aula. Claro que para quem trabalha com educação, não basta dizer não aceito esse tipo de atitude nas minhas aulas. É muito mais uma questão não de imposição, mas de trazer o assunto para a sala. Isso também é uma questão para a escola. E um assunto que pode ser tratado interdisciplinarmente, no cotidiano e não, simplesmente isolado e restrito a uma exposição na feira de conhecimentos. A população brasileira sempre lidou de forma, a meu ver, equivocada com algumas questões entre elas o racismo e a homofobia. Sempre colocando para debaixo do tapete e não debatendo claramente. Interessante, nas escolas por onde passei, e foram, ao todo 6,  sempre tive mais facilidade em tratar as questões de gênero, orientação sexual do que os assuntos relacionados ao preconceito de cor. Não entendo o porquê. Mas, nunca em minha sala de aula houve qualquer tipo de atitude homofóbica, enquanto que os xingamentos com as crianças e adolescentes negros e negras eram corriqueiros. Lanço, portanto, a pergunta: por que e como nós aqui conseguimos ter um shopping no centro da cidade que é freqüentado pelo público LGBTT sem grandes problemas? Na circunvizinhança ao shopping toda sexta, sábado e domingo é point da meninada assumida. E nunca ouvi falar que houve algum tipo de agressão contra alguém por causa da orientação sexual. Vale sem dúvidas a reflexão: como um estado que tem índices alarmantes de violência contra a mulher, não demonstra altos índices de crimes por orientação sexual? Os dados estão sendo omitidos? Seja como for, nós professoras e professores vamos aproveitar essas cenas deprimentes de homofobia e trazer a discussão para nossas aulas, pois a escola sem dúvida é o local de despertar novas consciências.

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